terça-feira, julho 05, 2005

Prato principal I

«Os estuários, devido à sua pequena profundidade característica, são zonas de aprisionamento de metais pesados, o que, na zona em que incide o nosso estudo, se torna um problema grave devido à indústria pesada existente na região.
Há também a considerar os efluentes (poluentes) domésticos, os esgotos, as descargas de embarcações nas docas e portos próximos, etc. Tudo isto contribui para um empobrecimento da vida e da beleza dos estuários com consequ~encias nefastas para as comunidades ribeirinhas cuja vida está interligada à do próprio ecossistema estuarino. Esta interligação, nesta vila de Alhos vedros, apresenta, nos nossos dias [1988], laços precários e frágeis, consequência de uma fastamento gradual ao longo das últimas décadas, da população em relação ao rio. Na verdade, a poluição, principal factor de desiquilíbrio natural existente nesta região, associaca ao desenvolvimento insdustrial e urbano, arrastaram consigo uma decadência da actividade piscícola, um sub-aproveitamento dos recursos hídricos e um desperdício das potencialidades turísticas e de lazer. Foi sobretudo a partir da década de 60 que o património natural começou a ser alvo desta perturbação.
Zona ribeirinha de Alhos Vedros
Em 1982, estudos feitos por António Teixeira, revelaram a existência de, pelo menos, 11 espécies de aves invernantes e á volta de 9000, numa área de cerca de 190 hectares, de Alhos Vedros, Moita e Rosário até Sarilhos pequenos. Esta é considerada a segunda zona mais importante de aves invernantes após a Reserva Natural do estuário do Tejo.» ("Defesa do Património..." 1988, pp. 50-51)

Pois é.
Não é que a malta não tivesse sabido o que se passava e que não calculasse o que aí vinha.
O problema foi que os poderes se estiveram nas tintas para tudo isto, enquanto individualmente uns se desmobilizaram por esta e aquela razão e outros se foram satisfazendo com algumas migalhas, caídas a preceito da mesa dos referidos poderes.
E agora ?
Está tudo mais velho e com menos sangue na guelra...
Será que, pelo menos, não restou um bocadinho da memória das boas intenções e alguma manha suficiente para ir travando o que agora parece ser um rolo compressor ?

(A foto actual é, como é óbvio, do Brocas.)

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