A Liberdade
Para muitos de nós, mesmo que pequenos à época, a revolução de Abril de 74 foi sinónimo de conquista de uma Liberdade que quase ninguém conhecer em vida, a menos que já tivesse completado meio século de vida.
Essa Liberdade (re)conquistada por um povo, se não era a do pensamento, pois essa todos a podemos manter mesmo na maior clausura e opressão, era a da acção.
A Liberdade de Abril foi a de os indivíduos poderem ser livres nas suas acções, nos seus actos exteriores, no seu relacionamento com os outros, liberdade para falar, para escrever, para criar.
Liberdade individual essa que, por definição, deve respeitar a liberdade dos outros indivíduos e não ser limitada por princípios "mais elevados", razões de Estado ou interesses colectivos ditados por ideologias.
Essa Liberdade foi vivida com naturais excessos por quem dela não conhecia ainda o devido uso, mas com a passagem do tempo foi conhecendo os seus limites e procurando os seus equilíbrios, sofrendo diversas ameaças e acidentes ao longo do percurso de 32 anos que nos trouxe até ao presente.
Presente esse em que o valor da Liberdade experimenta alguma erosão, misturada com apropriações espúrias do conceito original e tentativas de cerceamento vário, mais ou menos disfarçadas, mais ou menos declaradas.
A muitos níveis.
A muitos níveis, a nossa Liberdade formal e muito apregoada no discurso de todos, foi perdendo algumas pequenas liberdades e ganhando diversos medos.
Não diria que hoje não somos livres.
Ou que existe um perigo de ditadura ou inversão do regime.
Nada disso.
O que passou a existir, por razões que ficaria muito demorado aqui explicar, é que muitos de nós, no nosso âmago, fomos limitando essa mesma liberdade. Por razões desvairadas, desde a necessidade de evitar conflitos para não perturbar a nossa vida, até condicionarmos a nossa própria concepção do que deve ser a liberdade, a começar pela dos outros.
Para muitos de nós, mesmo que pequenos à época, a revolução de Abril de 74 foi sinónimo de conquista de uma Liberdade que quase ninguém conhecer em vida, a menos que já tivesse completado meio século de vida.
Essa Liberdade (re)conquistada por um povo, se não era a do pensamento, pois essa todos a podemos manter mesmo na maior clausura e opressão, era a da acção.
A Liberdade de Abril foi a de os indivíduos poderem ser livres nas suas acções, nos seus actos exteriores, no seu relacionamento com os outros, liberdade para falar, para escrever, para criar.
Liberdade individual essa que, por definição, deve respeitar a liberdade dos outros indivíduos e não ser limitada por princípios "mais elevados", razões de Estado ou interesses colectivos ditados por ideologias.
Essa Liberdade foi vivida com naturais excessos por quem dela não conhecia ainda o devido uso, mas com a passagem do tempo foi conhecendo os seus limites e procurando os seus equilíbrios, sofrendo diversas ameaças e acidentes ao longo do percurso de 32 anos que nos trouxe até ao presente.
Presente esse em que o valor da Liberdade experimenta alguma erosão, misturada com apropriações espúrias do conceito original e tentativas de cerceamento vário, mais ou menos disfarçadas, mais ou menos declaradas.
A muitos níveis.
A muitos níveis, a nossa Liberdade formal e muito apregoada no discurso de todos, foi perdendo algumas pequenas liberdades e ganhando diversos medos.
Não diria que hoje não somos livres.
Ou que existe um perigo de ditadura ou inversão do regime.
Nada disso.
O que passou a existir, por razões que ficaria muito demorado aqui explicar, é que muitos de nós, no nosso âmago, fomos limitando essa mesma liberdade. Por razões desvairadas, desde a necessidade de evitar conflitos para não perturbar a nossa vida, até condicionarmos a nossa própria concepção do que deve ser a liberdade, a começar pela dos outros.
Tudo isso muitas vezes flutuando entre artifícios de aparências e jogos de conveniências.
E é aí que a Liberdade se foi tornando apenas liberdade e qualquer dia acaba por perder não não só a maiúscula mas algo mais, assim como a Revolução perdeu o seu "R" em festejos pretéritos, mas próximos.
Qualquer dia, a "liberdade" terá de ser reconquistada , pois há tantos que, de diversas cores e paladares, a propósito destes e daqueles pretextos, querem que ela seja "dada" e não natural.
A pressão sobre a nossa liberdade de agir é cada vez maior, a todos os níveis, dos condicionalismos económicos aos falsos unanimismos culturais, das macro-políticas que se anunciam "sem alternativa" aos micro-poderes que não querem alternativas.
Os tempos sopram difíceis e não vamos lá só com palavras, proclamações de belo efeito e cravinho ao peito um dia por ano.
E é aí que a Liberdade se foi tornando apenas liberdade e qualquer dia acaba por perder não não só a maiúscula mas algo mais, assim como a Revolução perdeu o seu "R" em festejos pretéritos, mas próximos.
Qualquer dia, a "liberdade" terá de ser reconquistada , pois há tantos que, de diversas cores e paladares, a propósito destes e daqueles pretextos, querem que ela seja "dada" e não natural.
A pressão sobre a nossa liberdade de agir é cada vez maior, a todos os níveis, dos condicionalismos económicos aos falsos unanimismos culturais, das macro-políticas que se anunciam "sem alternativa" aos micro-poderes que não querem alternativas.
Os tempos sopram difíceis e não vamos lá só com palavras, proclamações de belo efeito e cravinho ao peito um dia por ano.
E lembremo-nos sempre que a nossa liberdade começa e acaba na dos outros indivíduos como nós, pois só assim há Liberdade para todos.
AV1 (fugazmente de regresso à sua livre identidade virtual, com a ajuda de imagem sem data e anónima, mas nem por isso com menos valor, recolhida na obra 25 de Abril, 30 anos, 100 cartazes)
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