... em especial à que qualificam como "erudita" é uma coisa especialmente triste, mesmo para mim que sou um bocado avesso a manifestações como a poesia de gosto duvidoso, a ópera mais estridente, a música clássica demasiado elaborada e o bailado contemporâneo, quase sem excepção.
Por entre as manifestações legítimas contra uma má e injusta lei em França, há sempre quem aproveite - e não digam que são minorias infiltradas de provocadores - para mostrar a sua verdadeira face de censor e pirómano potencial.
Na ocupação da Sorbonne o horror ao conhecimento, manifestou-se em coisas edificantes como piras de livros e trabalhos de pesquisa académica, mesmo se nem todos os relatos ficam por aí e também se fala em violação e destruição de material informático.
A Sorbonne já não é o que era, mas ainda é um símbolo.
Como já tive o prazer de lá entrar, sei o peso que se sente a partir daquelas paredes.
O peso do saber, do conhecimento, da discussão crítica.
Mas claro que há muitos aspirantes a revolucionários - muito elogiados por cá, em certos sectores que gostariam de fazer o mesmo - que confundem as suas Bastilhas.
Ou então, não.
Se calhar aquilo que fizeram é mesmo o que lhes vai na alma.
Quem leu o Fahrenheit 451 do Ray Bradbury sabe do que se fala... não é preciso invocar sequer outras realidades históricas mais ou menos conhecidas e/ou próxima de nós.
AV1
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