Preparando o ambiente

Um articulista local, sempre bem informado e desejoso de partilhar isso como o povo, escreve esta semana no Boletim Mun..., digo no Jornal da Moita:
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«(...) o custo anual, para a autarquia, pelo depósito obrigatório no aterro da Amarsul, para tratamento dos RSU, foi em 2005 de 592.000 euros (...). Convém sabermos que actualmente (e não sei por mais quanto tempo se poderá manter) a Câmara Municipal da Moita é a única, no distrito de Setúbal, a não debitar aos consumidores qualquer taxa pela recolha e tratamento dos RSU - resíduos sólidos urbanos.»

Ora bem.
Este seria um texto útil e educativo, caso o autor não tivesse a obrigação de saber que:

a) A CMM não pagou o que devia à Amarsul pelo referido depósito de RSU durante quase todo o ano de 2005 e foi obrigada a recorrer a crédito bancário para começar a saldar essa dívida.
b) A CMM preparou uma proposta (nº 52), para aprovação na reunião de vereação de ontem, de criação de uma taxa sobre os RSU com uma componente fixa e outra variando com o consumo de água.

Se o autor não conhecia estes factos por informação directa dos seus colegas autarcas, e atendendo que se sabe visitar os blogs, poderia ter tomado conhecimento dela aqui no AVP desde o início da semana.
Como é claro, durante o ano de 2005 (de eleições) teria sido muito impopular criar a taxa para cobrir os custos, tendo sido mais fácil incumprir o pagamento e anunciar que na Moita as contas da água eram das mais baixas.
As passagens acima citadas só se compreendem, neste contexto, como uma manobra de guarda avançada para começar a aplainar o caminho para a taxa, despertando nos munícipes a natural compreensão para a iniciativa da CMM já em curso, apropriadamente alguns meses após o início de novo mandato.
E depois nós é que fazemos contra-informação.

AV1