sexta-feira, abril 22, 2005

O Alhosvedrense fez bem...

... em fazer, à boa moda da imprensa anglo-saxónica, uma declaração de apoio formal à CDU para as próximas eleições autárquicas.
É honesto e clarifica as posições, facilitando a vida a quem lê.
No nosso caso ainda é algo prematuro tomarmos uma posição desse tipo, se é que a chegaremos a tomar.
Expliquemos rapidamente porquê.
Em termos de implantação e projecto político, a Direita ou Centro-Direita é irrelevante no concelho. O PSD sempre teve muitas dificuldades em afirmar-se como uma alternativa, sendo uma não-existência na prática. Anda ali nos 10% e pouco mais, nunca se tendo revelado decisivo para nada, à excepção de uma aliança com o PS na Assembleia Municipal de Alhos Vedros. Sobre o CDS pouco diremos, porque o seu peso eleitoral é nulo, as suas propostas para o concelho passam apenas por diatribes contra o PC e, na prática, serviu recentemente apenas de trampolim para uma ou outra figura aparecer no CDS nacional.
Em termos de Esquerda ou Centro-Esquerda, são conhecidas as nossas profundas reservas quanto ao desempenho da CDU, sendo que o exercício do poder pelos alhosvedrenses João de Almeida e João Lobo desde a década de 90 só serviu para acentuar a suburbanização do concelho e da freguesia, perdendo claramente a carruagem de um desenvolvimento sustentado em nome de projectos que consideramos irrelevantes para a melhoria da vida da população. Em termos comparativos com outros concelho próximos como Palmela ou o Montijo, a Moita tem ficado claramente para trás, apenas tendo no Barreiro um aliado no marasmo reinante (mais urbanização, menos urbanização).
Quanto ao PS, também já expusemos as nossas dúvidas quanto à sua capacidade de realização de obra efectiva, pois limitam-se a falar, a escrever e a ouvir - o que não é por si mau - mas não surgem com nenhum tipo de projecto mobilizador - para além do entusiasmo da possibilidade de uma nova clientela chegar ao poder - ou com propostas concretas que possamos avaliar.
Restam-nos o mítico MRPP, que ninguém acredita seriamente que chegue a uma posição decisiva na CMM e o Bloco de Esquerda, a que eu em particular coloco muitas reservas no plano nacional, mas que até gostaria de ver em acção a nível local se, no final deste ano, pudesse vir a ser o fiel da balança na opção por uma maioria na Câmara da Moita. Era interessante ver se optavam - à moda dos dirigentes nacionais no período pré 20 de Fevereiro - por namorarem uma eventual maioria relativa PS ou se preferiam uma frente de Esquerda pura e dura e, neste caso, se conseguiam colocar a CDU nos eixos.

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