quarta-feira, abril 27, 2005

Os fazedores de opinião

O mundo da opinião publicada anda às avessas.
Sobre o congresso do CDS - isto vem atrasado, porque fomos obrigados a andar a lançar gasolina para uns fogos ontem - escreveu-se muito, mas nem sempre bem e nem sempre de forma honesta.
Vamos dar dois exemplos contraditórios. O primeiro é de alguém que é pago para escrever, mas que escreve ao sabor das conveniências. O segundo é alguém que não é pago para escrever e que, aparentemente, apenas o faz por prazer.
A diferença de qualidade, de capacidade analítica e de informação só beneficia o amador em relação ao profissional.
Desculpem lá, eu prefiro que escreve com nick mas que me conta o que aconteceu, em vez de um tipo que gosta de dar a cara e o nome, mas que escreve por encomenda.


Um «novo» CDS?
Luís Delgado
«Ribeiro e Castro conseguiu a proeza de ganhar num Congresso onde se pensava que tudo estava decidido. Só Lucas Pires e Paulo Portas tinham alcançado a mesma grandeza, e este facto demonstra que nunca há vencedores antecipados, ou alinhamentos permanentes.
Portas não interferiu, como era de esperar, na vontade dos congressistas, manteve-se totalmente equidistante, e isso permitiu que um discurso de Ribeiro e Castro, com convicção, levasse os congressistas a virar em seu favor. Telmo Correia mostrou falta de motivação, como se estivesse na posição de candidato por força das circunstâncias e «empurrado», e não por absoluto desejo de ser líder.
Com esta vitória, o CDS (que agora parece não querer usar a sigla PP) vai voltar às suas origens democratas-cristãs, se é que isso ainda é reconhecido ideologicamente como um pólo aglutinador do eleitorado.
Uma certeza existe, contudo: este CDS de Ribeiro e Castro não será o mesmo de Paulo Portas, ou de Telmo Correia sem Paulo Portas, e essa novidade é interessante. Se é benéfica ou não, logo se verá.
O direita e o centro direita têm de encontrar o seu caminho nos próximos quatro anos, que talvez não seja nenhum dos que agora «governam» o PSD e o CDS.»


"Manuel" na Grande Loja do Queijo Limiano
«Sexta-Feira, durante o dia, Portas, himself, deu carta branca ao seu inner circle de colaboradores, para cacicarem abertamente a favor do corredor de fundo Ribeiro e Castro, deixando aliás descalço e no meio da rua o líder espiritual d'O Acidental, incumbido de redigir uma moção para nada. Nobre Guedes juntou o útil ao agradável, o seu pó a Telmo Correia, desde os tempos das guerras na Distrital de Lisboa, à prossecução dos seus interesses de médio prazo. O resto foram as leis da gravidade a funcionar.Portas sabia que não podia entregar o partido a uma troupe vista como de meros portistas fieis, com Monteiro aprendeu dos riscos de as criaturas, a prazo, ganharem vontade própria e se revoltarem contra o criador, também sabia que o portismo, sem ele, seria um fantasma que o perseguiria e só lhe limitaria ambições e margens de manobra futuras.Portas sabia ainda que sem uma liderança forte, carismática, qualquer solução portista resultaria a prazo em deserções, ou cisões, uma coisa é Maria José Nogueira Pinto ou Lobo Xavier baixarem a bola perante um líder forte, outra, totalmente diferente, é manterem-se sossegados perante um novo líder que os despreza e que desprezam.Portas sabia tudo isto, Telmo Correia não. De tabú em tabú, completamente enebriado, Telmo Correia resolveu imitar Portas e deu-se mal. Deu-se mal porque não tem um milésimo da massa cinzenta deste (e da de Nobre Guedes) e porque fundamentalmente não percebeu que sem Portas o PP não podia continuar a ser o mesmo.»

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