sábado, abril 23, 2005

Vontade, Disponibilidade, Capacidade

Para mim, estes são os três requisitos fundamentais para alguém se candidatar seja a que cargo fôr de natureza política. Todos são essenciais e indispensáveis, não existindo entre eles uma necessária hierarquização.
Vontade, porque sem um ânimo interior para a função ninguém se deve obrigar - ou ser obrigado - a ocupá-la, pois a desempenhará sempre a contra-gosto ou, na melhor das hipóteses, com um mero profissionalismo que nem sempre é suficiente.
Disponibilidade, porque o tempo é algo que deve estar disponível - nos limites da razoabilidade - para ser dispensado a esse desempenho, quando as exigências implicam que não existam horários rígidos e quando é essencial uma dedicação especial a determinados projectos e realizações.
Capacidade, porque ninguém se deve candidatar - ou ocupar - a cargos para os quais sinta que não tem as devidas qualificações ou quando, mesmo sentidno essa capacidade, a mesma não lhe seja reconhecida pelos seus pares ou futuros subordinados.

Vontade e disponibilidade só, não chegam, porque ficamos com um incapaz num cargo ao qual se pode dedicar imenso, mas com poucas hipóteses de bons resultados e o acréscimo de se sentir injustamente incompreendido quando é criticado.
Vontade e capacidade não chegam, se depois não há a necessária disponibilidade para desempenhar a função de forma plena.
Disponibilidade e capacidade também não chegam, se alguém não tem vontade para ocupar e/ou desempenhar determinado cargo/função.

Infelizmente, o que se vê por aí muitas vezes, é a acumulação de muita vontade com alguma disponibilidade e pouca capacidade, fruto de ambições pessoais de aparecer e mostrar-se.
Infelizmente, em virtude disso, há quem tenha capacidade e alguma disponibilidade, mas perca a vontade quando repara pelo que tem de passar e aturar para atingir qualquer cargo deste tipo.

Confesso, só a título de exemplo, as minhas insuficiências nesta matéria.
Já houve alturas que tive vontade e disponibilidade, mas duvidei das minhas capacidades. Com o tempo, fui-me convencendo que não teria menos capacidade do que muitos que vi a desempenhar cargos de responsabilidade, só que cada vez a vontade e a disponibilidade foram minguando.
Agora a vontade é quase nula, a disponibilidade nula mesmo (os meus deveres e prazeres familiares não são sacrificáveis a nenhuma vaidade) e a capacidade já volta a decrescer.
O que não me impede de ter opiniões.
Para isso tenho vontade, alguma capacidade e não é preciso muita disponibilidade.

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