Ele já nos deixou mais um pouco de texto mas, para não alongarmos o post, por agora ficamos assim.
«Circuitos cicláveis poderão ser as ciclovias. Deste lado do rio, temos a de Oeiras - passeio marítimo - que só é transitável com segurança até às 8:30 H. Depois é todo o tipo de bicicletas, triciclos, quadriciclos, patins, lambretas eléctricas, mães e pais divorciados - que os casados não saem tanto com os filhos - avós, sopeiras e cães, muitos cães, de várias marcas e modelos, soltos ou com trelas "telescópicas" que se emaranham nos passantes. A malta desloca-se em monte, a granel, sem regra ou preceito. Quem quer fazer ciclismo, ou passa cedo, ou vai para a marginal que acaba por ser mais segura.
Ciclovia do Guincho - 7 Km da marina da cascais até ao Guincho. Os dois primeiros quilómetros são intransitáveis pelas razões supra referidas. Os outros fazem-se com relativo conforto.Em Monsanto existe uma ciclovia com 2 Km - passa ao antigo restaurante Panorâmico que está em obras. Só uma rapaziada de BTT, eu e meia dúzia de malucos como eu é que subimos aquilo. Dói um bocado.
João Soares, antes de perder as eleições mandou pintar a "ciclovia de Telheiras" que começava neste local e se prolongava até entre campos. Tinha mais de 10 semáforos pelo caminho e as obras da nova WC do Sporting acabaram com ela.
Existe um projecto trans-europeu de ciclovias - que na península ibérica desce de Barcelona pela costa, é suposto atravessar o Algarve até Vila do Bispo e subir a Costa até ao Minho - que pretende aproveitar uma "berma mais larga" e criar uma canal de tipo BUS para as bicicletas. Este, no meu modesto entendimento, é o caminho preferível. Traz problemas de invasão do canal pelos automobilistas, mas é o mais praticável. As vias do primeiro tipo acabam por degenerar, já que as ciclovias degeneram noutras utilizações de lazer, porque há falta de espaços para a malta passear e o civismo do costume impera - ninguém sabe de que lado é que deve passear.
Em Terragona existe um circuito de tipo Kartódromo para bicicletas. Se eu tivesse dinheiro para investir metia-me numa coisa destas. Estrada com 4 metros de largura, circuito fechado com 3 ou 4 Km com algumas subidas, zona de Apoio com restaurante, balneários, enfermaria, oficina, loja de Bikes e de roupa desportiva, etc. A malta pagava à hora, não incomodava nas estradas e andava seguro. Iluminado podia funcionar à noite. Voltando ao projecto europeu: o modelo é o holandês ou o alemão: sistemática ciclovia de dois metros ao lado da estrada ou avenida.
Não sei qual a intenção da candidatura à Câmara. Se é começar do zero, convém fechar avenidas e outros locais ao transito automóvel, para iniciar a malta na bicicleta. Se é proporcionar via para deslocações substitutivas dos carros, então parece que a ciclovia deve ser de tipo BUS. A Moita tem boas condições para se andar de bicicleta - essa região é plana. Aqui em Lisboa é mais complicado com as colinas. Só atletas de alto nível que nem este V. amigo é que aguenta o esforço.
Estou a trabalhar num projecto de peregrinação a Roma de bicicleta. Tenho amigos militares que todos os anos vão a Lourdes. Costumam utilizar as tais ciclovias em Espanha nos locais onde já estão praticáveis. Estou a pendurar-me. Não fui à tropa por excesso de habilitações, mas passo a ser o major Alvega.
Em Espanha o cicloturismo é uma indústria a sério. É o país com mais ciclistas profissionais, mais cicloturistas, mais marcas de bicicletas, maior volume de negócios, incluindo o turismo.
Há provas de 6 dias nos Pirenéus - a Quebrantahuessos (porque terá este nome?), a Pirenaica, outras nas Baleares e nas Canárias. Há tarifas especiais de avião para levar as bikes. Há serviço de transporte de bagagem entre hoteis, nos percursos sem retorno (andamos 120 Km por dia, e à noite, quando chegamos ao novo hotel, já lá está a bagagem).
As realizações de passeios não são exactamente como os nossos: lá a malta cumpre o Código da Estrada ou a Polícia retira-lhe a Bike, ou multa a organização, ou acaba com o passeio. Os percursos regra geral têm 3 alternativas - 110 Km, 140 e 180 Km, por exemplo -, para acautelar a capacidade de cada um. Enfim, não é como cá que se fazem 55 Km, invadindo ambas as faixas, alguns sem capacete. E passando o vermelho do semáforo mesmo em frente ao AV1 só para o irritar.
Genericamente não tenho mais para dizer. Questões concretas ?»
Carneiro
Carneiro
Sem comentários:
Enviar um comentário