segunda-feira, junho 13, 2005

Cristo morreu, Marx também...

... e há pessoal que ainda não digeriu isso muito bem.

Nada como nos metermos com a Fé, para abespinharmos os espíritos, seja essa Fé, o Cristianismo (em especial a facção Católica), o Futebolismo, ou o Marxismo.
Já se sabia que ao tocarmos nas figuras de Álvaro Cunhal e Vasco Gonçalves iríamos levantar os ventos da ira sobre nós. Ainda não sopra tão forte como acerca do Papa (este e o anterior), mas com um pouco de jeitinho vai lá.
Depois de meses como detractores dos comunistas locais, parece termos passado a defensores do comunismo global.
Existem alguns equívocos, muito habituais em leituras rápidas ou muito marcadas pela experiência pessoal, quando reagimos de forma muito preconceituosa a certos temas.
Confundir Marxismo, Estalinismo, Maoísmo, Comunismo, ...ismo,...ismo, no mesmo saco não leva a grande coisa. E depois misturar isso com pessoas concretas nem sempre dá bom resultado se não distinguirmos bem do que falamos ou sobre o que escrevemos.
Já sei que existem leitores que gostam de nos chamar iluminados, mas não é propriamente este o caso. Apenas gostamos que as coisas sejam vistas e discutidas, sob todos os pontos de vista, sem tabus.
Concretizando, à pequena escala: lá porque eu acho que a gestão da CMM deixa muito a desejar, não é por isso que acho que toda a gestão autárquica comunista não presta.
Concretizando, à grande escala: não é porque o Estaline criou o Gulag e o Lenine tinha fortes hipóteses de ser sifilítico, que todos os comunistas que eu conheço (o meu pai, tio e tio-avô incluídos) são uma cambada de assassinos e depravados.
Por isso, retomamos aqui o essencial: Vasco Gonçalves e Álvaro Cunhal são figuras marcantes da nossa História, como muitos outros o foram, incluindo Salazar, Kaúlza de Arriaga ou Santos Costa.
Ignorá-lo é tentar reescrever a História à maneira estalinista.
É certo que a História é escrita pelos vencedores.
Mas é na vitória que se vê a grandeza dos Homens (e das Mulheres, claro...).

Sem comentários: