A discussão do memorando Briand ocuparia boa parte da imprensa internacional no final desse ano e do ano de 1930, a par com o despoletar das consequências do crash da Bolsa de Nova York no mês seguinte.
No entanto, a discussãona imprensa em torno do projecto de uns EUE - já então pensados como contraponto aos EUA - foi bastante animada e ainda hoje nos ressoam nos argumentos então esgrimidos, questões que 75 anos depois parecem contuar actuais.
Fiquemmo-nos, por agora, apenas com um exemplo, da autoria do artuculista Marques Guedes do jornal portuense O Primeiro de Janeiro
«Uma entente económica entre as grandes nações aperta-se dia a dia, caminhando para uma regulamentação estreita da vida económica da Europa (...) procurando modificar os próprios conceitos de soberania no direito internacional público, para que depois por eles se molde a liberdade de acção e de defesa dos Estados que teem de ser sacrificados aos interesses das grandes potências.
(...)
Por tudo isto é que ando, a um tempo a esta parte, a repetir os perigos que podem vir de nos conservarmos de olhos cegos e ouvidos surdos ao rápido evoluir dos nacionalismos económicos para um internacionalismo, de que há-de resultar a ruína dos povos industrialmente fracos, se a tempo eles não se prepararem para uma maior resistência ou uma modificação radical da sua economia.»
(O Primeiro de Janeiro, 5 e 7 de Junho de 1929, p. 1)
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