Bons dias caros editores do AVP,
Ontem fui à biblioteca da Moita assistir a uma conferência sobre Ficção Científica em Portugal, com o escritor Luís Filipe Silva, a conversa com o escritor estava programada para as 21.30h mas eu só cheguei lá perto das 22h, pedi informação à funcionária onde seria a conferência e ela apontou-me um grupo de 5 pessoas que conversavam, notei duas pessoas que já conhecia da CMM, eram eles o Rui Garcia e a Dora Enguiça, além do escritor estava também presente a esposa do Rui Garcia e outra senhora que vim a saber depois era uma funcionária da câmara... pois é eu era o único assistente da conferência !
Cumprimentei a todos e lá nos sentamos à volta de uma mesa para ouvir o escritor falar sobre FC.
Parece que os Moitenses têm algum problema com a Ficção Científica, pois numa outra ocasião fui com a minha mulher assistir ao filme Metrópolis de Fritz Lang também na Biblioteca e nessa ocasião fomos nós também os únicos espectadores.
Enfim a conversa sobre FC em Portugal decorreu amenamente e denotei um bom conhecimento do tema por parte do vereador Rui Garcia.
A exposição do tema baseou-se muito na colecção da Caminho de FC, que a editora devido à sua política editorial acabou, terminando também a colecção policial...
pelo que contou o Luís Filipe Silva parece que essa editora que tem uma conotação com o PCP, ponderou e chegou à conclusão serem estas duas temáticas pouco virtuosas para com a luta de classes e extingiu-as.
Fiz notar ao escritor que a literatura de FC em Portugal não se limitava à prosa escrita mas também teria de englobar a BD de FC e apontei-lhe o exemplo de Victor Mesquita com o seu Eternus 9, que foi publicado na revista de BD Portuguesa, Visão em 1976.
O Luís Filipe Silva explicou-me que nesta sua conversa apenas se tinha preparado para a vertente da prosa de FC, o que me foi compreensível.
Falou-se da FC em geral e de como a Espanha tem nos últimos anos produzido bastante novo e bom material de que o LFS apresentou exemplos, naturalmente que os EUA como maior produtor mundial da temática não foi esquecido e nesse contexto referiu-se o nome da grande escritora norte-americana Ursula K. Le Guin e da sua obra emblemática: Os Despojados.
Rui Garcia já tinha lido esse livro e fez uma observação que me pareceu incorrecta, quando se referiu à história ser passada num planeta Comunista e num planeta Capitalista, corrigi-o dizendo-lhe que o planeta não era comunista do tipo do comunismo da antiga URSS, mas sim um planeta Anarquista Utópico na linha de Kropotkine, ou seja um planeta onde não existia estado, no que fui apoiado pelo escritor, referi também que a autora criou e fez parte de um movimento literário-político que são os "Sci-Fi Libertarians".
Falou-se ainda da corrente Cyber-Punk e o escritor fez notar que existem péssimas traduções e péssimos tradutores em Portugal.
Foi uma noite bem passada num ambiente tertuliano e saí de lá satisfeito e agradavelmente surpreendido com esta faceta de Rui Garcia que desconhecia.
É pena que estes eventos não consigam cativar o interesse dos Moitenses e isto apesar de ontem não haver nenhuma largada ou tourada ou festa que obviamente os impedisse de irem a uma manifestação cultural !
Saudações de Luís Guerreiro
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