Não sou muito favorável a consensos artificiais, nem a coligações excessivamente alargadas do tipo Centrão que é tudo e não é nada.
No entanto, em situações de evidente gravidade julgo que é importante que as pessoas valorizem o que as une na defesa de uma causa comum e deixem para trás aquilo que as separa e que, em muitos casos, é bem mais superficial e conjuntural do que as disputas do momento fazem parecer.
Por isso, aqui se apela para que aqueles que nos últimos tempos têm procurado fazer ouvir a sua voz na defesa dos interesses de Alhos Vedros se unam, já não digo de modo formal, mas pelo menos de uma forma orgânica como grupo de pressão nos seus partidos, nas colectividades a que pertencem, através dos órgãos de comunicação social a que têm acesso, de maneira a ampliarmos um movimento que vise travar o declínio de Alhos Vedros nos mais diversos planos: na subalternização a que é votada na hierarquia das prioridades partidárias, na desordem urbanística instalada que visa transformá-la em mais um dormitório de recurso, na degradação permanente do seu património histórico, no ataque continuado ao seu património natural, nma destruição de uma identidade muito própria e que já só sobrevive a muito custo relativamente ao que se passava no tempo dos nossos pais e avós.
Não adianta encolher os ombros, em ar de resignação, dizendo que isto não tem remédio.
É preciso acção, seja ela através da simples palavra escrita, da intervenção activa nas discussões internas das forças políticas locais, da interpelação dos actores políticos com responsabilidades autárquicas ou da promoção de iniciativas que devolvam uma maior centralidade a Alhos Vedros no concelho da Moita.
Por isso apelamos, entre outros e por ordem alfabética dos que nos vêm neste momento à mente,, a pessoas como o Carlos Vardasca, o Frederico Tavares, o Joaquim Raminhos, o Leonel Coelho, o Luís Carlos Santos, o Luís Guerreiro ou o Vítor Cabral, que têm na maior parte dos casos um papel reconhecido na vida local e/ou uma militância política relevante, para que redobrem os seus esforços e procurem articular as suas acções no sentido de valorizarem aquilo que os pode unir em defesa da nossa terra e que o façam a tempo de inverter uma situação que só nos entristece e embaraça a todos.
Porque não chega ser-se natural ou residir-se em Alhos Vedros para se defender os seus interesses. Se assim fosse, não teríamos tido o tratamento de segunda categoria que nos tem sido dispensado.
É preciso colocarmos os interesses comuns acima de conveniências e ambições pessoais.
Só assim será possível deixarmos de ser os parentes pobres do concelho.
Só assim será possível fazer justiça à memória de uma terra que tem sido um mero joguete dos poderes autárquicos instalados, da Ditadura à Democracia.
Só assim será possível não envergonharmos nem os nossos filhos, nem os nossos pais.
A Bem de Alhos Vedros
AV1
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