quinta-feira, julho 07, 2005

Este anda mesmo distraído...

«A Câmara Municipal na Moita assume um compromisso firme e irreversível com o desenvolvimento sustentado do nosso concelho. Condenada durante muitos anos a viver nas "traseiras" da Grande Lisboa, a Moita desfruta hoje, graças às novas acessibilidades da região, da possibilidade de assumir uma nova centralidade metropolitana. Mas tal exige que não se confunda crescimento com desenvolvimento; exige que se disponham de orientações e instrumentos de planeamento eficazes, que definam com clareza os rumos a seguir e naturalmente, excluam os caminhos indesejáveis do desordenamento, da descaracterização, do facilitismo das opções
(Rui Garcia, Intervir nº 3, Outubro de 2003, p. 3, negritos nossos)

Este texto é fabuloso partindo de quem parte, do autarca que tem a seu cargo o sector do Urbanismo e do Ambiente que, de forma directa, são aspectos estruturantes d(n)a concepção de um PDM.
É verdade que o rapaz estava então ainda fresquinho no cargo e ainda tinha muito sangue na guelra.
Passaram dois anos, temos aí o PDM em revisão e algumas ilações são possíveis confrontando-o com o texto acima transcrioto:

a) RG não domina os conceitos de desenvolvimento sustentado e de centralidade metropolitana ou, se os domina, não os sabe aplicar.
b) Gostaríamos de saber se RG desistiu do nobre conceito de crescimento não ser equivalente a desenvolvimento. Pelo que se vê nos documentos deste PDM 2005, quer-se crescer e mais nada, à custa das novas acessibilidades, do terreno plano e da apatia e resignação das populações.
c) Seria útil perceber por onde passa, na acção da CMM e do seu sector do Urbanismo, a luta contra a descaracterização e o facilitismo das opções, pois quanto ao desordenamento já percebemos que a forma de lutar contra ele, em especial em Alhos Vedros, é betonar tudo de uma ponta a outra, que é para parecer ordenado.
d) Seria útil que RG pensasse antes de escrever, em especial que se lembrasse das suas responsabilidades executivas e daquilo que está disponível para fazer, na prática, em defesa dos princípios que anuncia.

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