quinta-feira, julho 07, 2005

PDM - O que esperar da Imprensa local ?

Embora, meio atrasados, os bloquistas venham agora queixar-se das condições deficientes da discussão pública do PDM (Jornal da Moita, p. 5), a verdade é que não parece existir uma preocupação séria nos meios políticos e comunicacionais locais com o assunto.
Mesmo no campo da blogosfera, custa a arrancar uma discussão mais plural do assunto.
Por isso, vamo-nos resumindo apenas a queixas pontuais daqueles proprietários ou empreiteiros que se queixam pontualmente de certas contrariedades para os seus interesses - muitas vezes com o recurso a uma grosseria do trato que faz adivinhar a arrogância de quem acha que tem os técnicos da CMM no bolso - e muito pouco mais.
Ou seja, existem críticas de pormenor, mas não da filosofia do documento.
É do género: vão lixar a maior parte do concelho, mas eu não me importo desde que possa fazer a minha vivenda á minha vontade ou desde que o(s) meu(s) loteamentos sejam aprovados com suavidade.

Ora é nestas situações que, mesmo em condições precárias, a imprensa local deveria ter um papel de esclarecimento da população e não apenas de veículo multiplicador das mensagens das estruturas partidárias.
Sabemos que isso é arriscado e que depois a publicidade (a institucional e a comercial) começa a escassear, forma menos subtil de exercer censura pela via económica.
Mas, de qualquer modo, seria necessário inquirir os intervenientes de forma crítica e não apenas recolher depoimentos. Registar as opiniões discordantes e confrontá-las com os factos e não apenas publicitá-las.
Porque para textos de "opinião", meramente facciosos ou sectários, destinados apenas a ver um lado da questão e denegrir o outro sem debate, chegam-nos prosas como as inseridas no Jornal da Moita de hoje, da autoria de Luís Chula e Nuno Cavaco, que não passam deo lançamento de pedras de um lado para o outro das barricadas.

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