quarta-feira, abril 12, 2006

O parente pobre

Apesar de toda a crise, há 3 concelhos da península de Setúbal que estão entre os 5 que, de 1992 para 2006, mais ganharam em termos de poder de compra, estando ao nível de Oeiras - a autarquia-modelo PSD do Isaltino - e Albufeira - aquela coisa esquisita de hotéis sem fim, com imensos cámones em todas as épocas do ano. almada, pelo seu lado, é o 8º concelho com mais dinheiro do país, Seixal o 13º e Setúbal o 14º, de acordo com o mesmo estudo da Marktest, divulgado hoje em curto resumo na Visão.
Eu sei que Alcochete ganhou a Ponte e Palmela a Autoeuropa. Já Sesimbra é menos óbvio, apesar do desvario virado para um turismo sem uma identidade muito clara, para quem olha de fora e até foi cliente habitual nos Verões de há 25 anos atrás.
Só que isto também demonstra quem consegue andar para a frente, atrair investimento ou ter sucesso como grupo de pressão e quem foi e vai ficando para trás.
Por isso, seria interessante perceber-se que tipo de desenvolvimento se preconiza para recuperar o tempo perdido ou a falta de orientação clara, a degradação em termos relativos do poder de compra e qualidade de vida do nosso concelho, assim como outros que se deixaram afundar como o Barreiro, mas esse sempre com a justificação adicional do desmebramento da CUF/Quimigal.
As acessibilidades ajudam mas não resolvem tudo.
Os investimentos, há que perceber se geram ou sugam riqueza.
Os projectos, há que não os olhar apenas no papel mas na sua efectiva implementação.
A verdade é que, apesar de todos os seus defeitos e da dormitorização do Pinhal Novo, em Palmela percebeu-se que havia um rumo e que esse rumo equilibrava essa vertente com a defesa de outros aspectos como o respeito pela herança histórica, a preservação do património e o apoio às actividades produtivas tradicionais (vinho, queijos).
Em Alcochete, o crescimento, apesar de exponencial, tem seguido regras de razoável qualidade e de algum respeito pelo Ambiente privilegiado da zona.
E nós por cá ?

AV1

1 comentário:

Ponto Verde disse...

O modelo não é o de produzir riqueza, mas de construir habitação para quem tem poder de compra, os concelhos receptores "enriquecem" mas depois há os custos dos movimentos pendulares casa/trabalho e na realidade a população local que de facto não enriquece, nem o comércio tradicional (esmagado pelas grandes superfícies que seguem a mesma rota de "desenvolvimento).