quinta-feira, abril 14, 2005

Alhos Vedros, Vila Arco-Íris

Vai lá para baixo, em algumas caixas de comentários, discussão acesa sobre a qualidade de algumas urbanizações existentes em Alhos Vedros, em especial aquelas que são designadas por cores, no Bairro Gouveia.
Confesso que não morei em todas as zonas da freguesia, nem conheço o seu quotidiano em profundidade. Com as exigências laborais e afins, para não falar nas de lazer que são quase todas fora de AV, o tempo que passou nesta santa terra diminuiu muito na última década.
Sempre vivi em AV na zona entre a "vila" e as Morçoas, conhecendo pior a Vinha das Pedras (apesar de lá ter tido família), as Arroteias e o Campo da Forca/Bairro Gouveia (apesar de lá ter amigos e conhecidos).
No entanto, algumas coisas consigo ver, mesmo que parcialmente de fora:
a) Não existe uma lógica perceptível na expansão urbanística de Alhos Vedros.
b) Raramente existe um esforço por "qualificar" as novas zonas urbanizadas.
c) Os interesses que vencem são quase sempre dos construtores civis, a quem a CMM não se consegue (ou não está interessada em) impor-se.
Por causa do blog, há umas semanas, dei uma volta por todas estas zonas da freguesia. Encontrei situações absolutamente caricatas, quase sempre motivadas por poupança de esforços dos construtores, desleixo da acção fiscalizadora da autarquia e inacção/desânimo dos moradores (que são os pagantes de tudo, desde a própria casa ao IMI).
Não vou dizer que tudo é mau, nem que tudo é mal feito, mas sejamos francos:
Preferimos apenas que os mínimos sejam cumpridos ou teremos direito a esperar que as coisas melhorem ?
Devemos resignarmo-nos ao que existe ou exigir que o que aí vem seja melhor ?
Acho que os critérios esses essenciais para a escolha de uma zona de residência estão ligados ao seu custo, é certo, mas também a uma relação de custo/qualidade.
E o que é essa qualidade ?
A qualidade da habitação.
O ambiente em que está enquadrada (segurança, paisagem).
Os equipamentos/recursos acessíveis (serviços, áreas de lazer).
Sabemos que Alhos Vedros não é propriamente muito afortunada pela riqueza material e que muitas vezes o critério essencial é o custo da habitação.
Só que nem sempre o custo de melhorar a qualidade seria assim tanto.
Mas, infelizmente, Alhos Vedros foi-se tornando cada vez mais parecida com um subúrbio em que a identidade específica foi desaparecendo.
E cada vez mais vai sendo habitada por quem se acomodou a isso ou não se importa com esse tipo de evolução.
Não é o meu caso.
Poderão dizer - então vai-te embora se não gostas.
Pois é ! Se calhar será essa a solução mais óbvia.
Ou isso, ou tentar lutar, mesmo que nesta escala reduzida, por melhorar as coisas, seja para mim ou apenas para os outros.

Adenda: Ver a este propósito do urbanismo de Alhos Vedros um oportuno post do Alhosvedrense.

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