Continua hoje a mega-reportagem sobre João Paulo II.
Não tenho nada contra, pois já vi coisas equivalentes ou piores para figuras sem a sua dimensão. E o Vaticano também tem direito aos seus 5 minutos de fama, nomeadamente todos aqueles Cardeais que antes estavam na sombra e agora, por uns dias, surgem à luz.
O que me faz mais confusão são aquelas opiniões, e não só de sectores ligados à Igreja, que tentam estabelecer paralelismos entre os últimos dias de Karol Woityla e os últimos dias de Cristo.
Lê-se e ouve-se falar em "via sacra", "calvário", "crucificação", etc, etc, e é difícil levar a coisa com ânimo leve.
Não sou crente, como já aqui repetidamente afirmei, e por isso considero que Jesus Cristo foi um homem tomado por uma ideia que perseguiu até ao fim.
E que, em coerência ou verdadeiramente tomado pela fé, morreu por essa ideia, quando a qualquer momento poderia ter escapado ao seu martírio, renegando em palavras a sua crença.
Apesar disso, manteve-se fiel aos seus ideais e, dando o exemplo aos seus seguidores, morreu por eles.
Karol Wojtyla morreu por força do declínio físico do seu corpo, de acordo com as leis da Natureza, de uma forma que não poderia ter travado de modo algum.
Jesus morreu às mãos dos homens,
Woityla morreu às mãos da Natureza.
Jesus poderia ter travado o seu destino imediato.
Woityla não.
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