domingo, abril 17, 2005
Os meus 10 melhores filmes... até agora...
1º - Janela Indiscreta (Alfred Hitchcock) – Suspense, com romance à mistura, no seu estado mais puro de sempre. O mestre no seu auge, com James Stewart e Grace Kelly em grande. Como provocar o medo sem recurso quase nenhum a efeitos visuais. Como bónus a cena do beijo em câmara lenta. Infelizmente nunca visto numa sala de cinema mas apenas na televisão, foi o meu primeiro DVD, como nunca poderia ter deixado de ser.
2º - ET (Steven Spielberg) – O mítico filme de início dos anos 80 que fez quase toda a genter verter uma lagrimitas ou desatar mesmo em choro. Visto a uma escala até então inaudita levou quase um milhão de espectadores portugueses ao cinema em 1982. Vi-o num sábado à noite na Casa da Cultura da Quimigal, com a sala apinhada e muita criançada com a família que desatou em berreiro quando o bicharoco parece morrer. Naquele clima, e embora fosse com companhia feminina, não evitei um espasmo do saco lacrimal quando a luz se acendeu no peito do etêzinho. Muita gente finge, depois de adulta, que o filme não os impressionou tanto como isso, mas é mentira. Logo que pude, e antes da edição nacional, pedi a um amigo meu que vivia em NY para mo mandar na versão original.
Uma maravilha.
3º - Blade Runner (Ridley Scott) – Em luta dura pelo 2º lugar. Embora já fosse fã do Phillip K. Dick (autor da história original, assim como do Relatório Minoritário e outros contos fabulosos de FC), ainda não tinha lido este livro quando vi o filme. Como não incluo o ET na categoria de ficção científica, este é o meu filme favorito desse género. Harrison Ford no seu melhor contra Rutger Hauer no seu o único papel capaz no cinema, a fazer de replicante malvado. Não vale a pena a versão posterior director’s cut, porque a primeira é a que nos interessa. O final é um bocadinho melado, mas é merecido.
4º - Dr. Strangelove (Stanley Kubrick) – O grande filme anti-guerra de sempre. Não aprecio particularmente o realizador (o 2001 – Odisseia no Espaço, passa-me muito ao lado), mas aqui a sua ironia atinge o ponto máximo. É difícil fazer-nos rir perante a iminência de um fim do mundo nuclear. Peter Sellers num dos momentos mais altos da sua carreira.
5º - Veludo Azul (David Lynch) - O melhor filme de Lynch, antes dos seus maneirismos posteriores, que só pararam um bocadinho com o Mulholland Drive (só que neste filme ficamos sem perceber a história). Lembro-me muito bem de o ver numa tarde de sábado no Mundial e de sair do cinema com uma enorme dor de cabeça. Das poucas vezes – em conjunto com o Janela Indiscreta – em que consegui sentir o medo das personagens, neste caso devido ao Dennis Hopper a fazer de louco. Isabella Rosselini no seu único papel excelente no cinema e Laura Dern a fazer de jovenzinha inocente.
6º - Manhattan (Woody Allen) – O filme de W. Allen de que só gostei muito tempo depois de o ver. Ao início não o percebi verdadeiramente, mesmo se a sua NY a preto e branco é um deslumbre. Naqueles tempos ainda achava que o homem era só para rir sem pensar muito. Depois, com o tempo, é que se percebe bem todos os sentidos da história. Sendo eu fã incondicional do homem (esta lista podia ser feita com um 5 ou 6 filmes dele), este é o que representa melhor a sua transição da comédia pura para os filmes mais sérios.
7º - A Rosa Púrpura do Cairo (W. Allen) – Bastaria a cena do personagem do filme a sair do ecrã para tomar a mão da rapariga da plateia, para que este filme fizesse parte desta lista. Mas tem mais, muito mais...
8º - Um Peixe Chamado Wanda (Charles Crichton) – Na dificuldade de optar por um dos filmes dos Monthy Python (A Vida de Brian levava um certo avanço...), decidi escolher este onde se reunem John Cleese e Michael Palin, com Kevin Kline e Jamie Lee Curtis a ajudar à festa. Simplesmente hilariante, com destaque para a dança de strip-tease de Cleese e as tentativas de Palin para matar a velhota.
9º - Trainspotting ( Danny Boyle) – Como achar graça a um grupo de viciados em heroína e às suas desventuras. O humor mais negro que se pode imaginar. Ewan McGregor antes de ser Jedi. Banda sonora irreprensível.
10º - O Tempo dos Ciganos (Emir Kusturica). O primeiro grande filme deste realizador fabuloso. Podia ter sido o Underground ou o Gato Preto, Gato Branco, mas foi este que me deixou o queixo caído de espanto a primeira vez que o vi na televisão. Cinema alucinadamente festivo. Até hoje só o revi uma vez e numa cassete em péssimo estado. Tenho de ver se acho isto em DVD.
António da Costa
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