terça-feira, abril 12, 2005

Se fosse em Alhos Vedros...

... a dupla dinâmica mandava logo tudo ir abaixo, deitar o entulho para o aterro e fazer um belo bloco de apartamentos em cima.

Arqueólogos descobrem em Santarém material cerâmico do século XVII
(Público)

«Os arqueólogos que estão a trabalhar no Largo Cândido dos Reis, em Santarém, encontraram muito material cerâmico, "perfeitamente datado", que vai permitir caracterizar a vivência na cidade no período filipino, disse hoje o responsável pelos trabalhos.
António Matias afirmou que foram encontrados, numa área de cerca de dez metros, escavada até uma profundidade de 2,5 metros, "materiais muito bons, de grande qualidade", alguns raros, sendo o mais interessante o facto de identificarem "um pequeno momento" histórico, porque respeitam a um "espaço cronológico preciso", que se situou entre 1600 e 1640.
Segundo disse o mesmo responsável, trata-se de uma "faixa concentrada de entulho", colocada nas proximidades das necrópoles islâmica e cristã, que as escavações feitas no âmbito das obras em curso no Largo Cândido dos Reis permitiram identificar ao longo dos últimos meses.
O material encontrado inclui "muita e boa faiança" das olarias de Lisboa, alguma da Casa Real, porcelana chinesa (fragmentos correspondentes à dinastia Ming), peças indo-portuguesas e também de fabrico ibérico (Espanha), nórdico (Amesterdão) e italiano e moedas, uma delas de 1643, cunhada no início da governação de D. João IV.
Foram também encontradas peças de joalharia, adereços metálicos de vestuário, vestígios faunísticos que permitem caracterizar a alimentação da época, mas também muita cerâmica comum, de cozinha e mesa, de fabrico local, que poderá agora ser datada, disse."Os achados não permitem dizer que Santarém se situava numa rede internacional de comércio, mas sem dúvida que possuía uma elite sócio-económica importante", frisou António Matias.
O material está a ser limpo e tratado, para ser catalogado e colocado na reserva municipal "à espera dos investigadores que o queiram estudar", disse também, assinalando que houve já manifestações de interesse de alguns estudiosos de várias universidades."Os trabalhos demonstraram que estamos perante uma zona, fora de vila, que foi preenchida com entulhos oriundos da parte histórica da cidade, na qual foi colocada uma parte do quotidiano da sociedade escalabitana da época filipina", afirmou ainda António Matias.»

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