... ainda a propósito do reperfilamento, opiniões amigas off the record chamaram-me a atenção para a possibilidade de não estarmos aqui a ser justos com as obras em decurso na Marginal da Moita e, em especial, com os seus custos directos para a autarquia.
De acordo com quem diz que sabe, estes projectos apresentados para co-financiamento (comunitário ou nacional) nunca são feitos com base em custos reais, ou seja, são planeados de forma a que o subsídio de 65% (ou 70% ou 50% ou 80%) cubra praticamente toda a despesa efectiva, para além de que nos encargos e comparticipação das instituições envolvidas se contabilizam os salários dos funcionários destacados para a obra em causa, os quais de qualquer modo seriam pagos, com aquele projecto ou sem ele.
Significa isto que, no limite do razoável, as instituições que lançam estes projectos, acabam mais por lucrar do que por gastar com eles. Mais do que não seja porque apresentam obra a custo zero, ou quase.
Apresentemos um exemplo meramente hipotético:
Um determinado projecto custa a executar 4 milhões de euros. Graças a alguma técnica contabilística e a avaliações de custo generosas, é orçado em 6 milhões de euros, nos quais já entram os gastos que a instituição teria, inevitavelmente, com os seus funcionários, mesmo que não estivessem a fazer nada.
É concedido um subsídio, digamos assim, de 70% - 4,3 milhões de euros, ficando a instituição responsável pelos restantes 1,7 milhões de euros. Só que como a obra só custa 4 milhões na verdade, ainda sobram uns trocos que podem ajudar a “fazer umas flores”.
Eu acho isto difícil de colocar em prática.
Mais que não seja porque sabemos que a contabilidade das autarquias é sempre muito exigente e rigorosa com toda a facturação das obras públicas.
Por isso, achamos que não é isso que se passa no caso do famigerado reperfilamento.
Mas sempre fica aqui o reparo, que devemos anotar em nome da liberdade de opinião e pela simpatia que nos merece quem a apresentou aos nossos ouvidos.
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