quinta-feira, julho 27, 2006

Análise (comparada) de Conteúdo


Tal como a Playboy, um tipo só compra ou assina a Maxmen e a FHM por causa dos artigos e por causa das lições de vida que nos são transmitidas nas páginas destas publicações, especialmente as histórias de sucesso das jovens que aparecem na capa.
Este mês temos dois vultos ou quatro conforme as perspectivas, ligados ao mundo da música, ou seja, a DJ Ploppy e a Ana Malhoa.
Duas moças de talento(s) evidentes que mostram o caminho às aspirantes:
Ouçamo-las, ou melhor, leiamo-las:
Comecemos pela Ploppy que, contra todas as expectativas, se chama mesmo assim, ou ainda pior, pois Iolanda Ploppy é nome de registo, logo após o nascimento. A culpa não é dela, portanto. Está perdoada, os pais e padrinhos que ardam no Inferno.
Depois temos verdadeiros axiomas para uma vida como "a mulher em tudo o que faz tem a sua sensualidade" (que me desculpe mas quando fazem ploppy, nem por isso...), sobre a carreira, "de repente estou a pôr música e a ter um feedback muito bom" e ainda coisaa munta giras como "pedirem-me para tocar aquele música «tum, tzz, tum, tzz, tum" e como são todas assim fico a rir-me na cabine".
Um portento de bestunto, esta rapariga.
Não precisa nada do aspecto para singrar nesta vida.
Já quanto à Ana Malhoa temos buéréré de material, que a moça fartou-se falar.
Anuncia que novo cd tem "seis novas músicas, muito tropicais e calientes" (e lembramo-nos do clássico moderno "E o teu Corpo Ardente"), que é uma figura pública mas é "uma pessoa normalíssima e ainda bem", que não tem homens a cair-lhe aos pés (o que dá jeito porque podia tropeçar neles e cair), que tem "que ter uma performance em cada música", que tem bueréré de tatuagens (qual delas a mais pimbóide, digo eu... a pensar na rosa com o nome do marido por baixo), que "as mulheres são os seres mais bonitos à face da terra" (depende, depende, que já vi umas que valha-nos santa miopia...), mas que "há que saber diferenciar o bonito de outras coisas, digamos, o menos bonito", naquela que é uma frase que encerra toda uma sabedoria de vida, uma cosmovisão telúrica.
Par o fim, apenas referir que a parte do corpo que ela mais gosta é do seu "back", ficando apenas por saber se isso inclui quando está a fazer ploppy.
E assim é.
Jovens, ponde os olhos nesta raparigagem e vede como ter sucesso.
Depois, ou mesmo antes de terem sucesso, já sabem, tirem uma fotos em trajes menores mas, se possível, deixem o marido em casa e não o tatuem no ombro que desmotiva um bocadinho, a menos que sejamos homónimos.

AV1 (o mijójino)

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