quarta-feira, julho 19, 2006

Balanço da Requalificação

Agora que já lá vai quase um ano da obra realizada, algumas opiniões afirmam que o balanço da requalificação da Praça da República em Alhos Vedros é, no mínimo, muito positivo e que não têm acontecido algumas das coisas que certos blogueiros previam, como seja o bloqueio da estreita via em que ficou transformada parte da Rua 5 de Outubro.
Talvez assim seja, talvez não.
Mas ainda bem que não foi preciso provar que tínhamos razão, porque isso implicaria que tivesse ocorrido um acidente grave. Não gosto de ter razão dessa forma.
Agora o que me parece indesmentível é que recuperar passeios e ordenar estacionamento à base de pilaretes pode ser muito útil, mas mais útil seria perceber se existe um qualquer projecto de revitalização da zona residencial envolvente, que está em avançado estado de ruína.
Nestes casos o poder público, não podendo culpar o Poder Central, tende a culpar os particulares que deixam as casas ir entrando em derrocada.
Mas seria interessante saber se, quando for necessário voltar a colocar de pé qualquer coisa, que planos tem a CMM para aquela zona que pertence, lembremo-nos a algo como o perímetro tido como da "zona histórica" da vila.
Já percebemos que isso normalmente não serve para nada, mas que tal divulgarem que ideia têm para uma Praça da República efectivamente requalificada.
Por outro lado, não devemos esquecer que muito deram que falar, aqui no AVP e não só, os famosos pilaretes - uns só de delimitação e outros de sinalização luminosa - que nasceram quais cogumelos na zona em causa.Continuo a escrever que a solução é uma entre muitas e que está longe de ser a melhor do ponto de vista funcional ou estético.
Mas já sei que depois os diplomados em arquitectura, engenharia e coisas paisagísticas vão dizer que eu sou uma besta e não percebo nada do assunto.
Pode ser que tenham razão, mas eu continuo a achar que não.

AV1 (com fotos do Brocas)

6 comentários:

Carlos (Brocas) disse...

Apesar da situação não ser nova como referes no Alhos Vedros Visual, continuam a existir inumeros pilaretes "torcidos" retirados, candeeiros que "desapareceram", como aquele no cruzamento da D. Ataide junto ao coreto etc.
Possivelmente erro de calculo do estudante de arquitectura que fez o projecto.
É facil qundo se esta a gastar o dinheiro que n~~ao nos custa a ganhar e, em vez de fazer as coisas como deve ser, fazer às 3 pancadas. Já o escrevi por ai e volto a escrever: Não acredito que, os moradores de AV andem a bater com os carros nos pilaretes de propósito, mas acredito que tenha sido, tal como a caldeira da moita, o parque das salinas entre outras coisas, mais uma argolada.
Mais exemplos? O Forum JF, no dia a seguir à inauguração entrou em obras.
Enfim, é o que temos.




http://blogdobrocas.blogspot.com/2005/10/pilaretes.html

Carlos (Brocas) disse...

Ups, deixei um link inadevertidamente, o que queria mesmo deixar era este:
http://alhosvedrosaopoder.blogspot.com/2005/10/oferta.html

Zelupi disse...

Neste caso, existe uma regra básica para quem faz projectos de instalações eléctricas, que é: "Só em caso de necessidade extrema se devem colocar postes de iluminação no meio dos estacionamentos", infelizmente aqui o projectista deve ter achado que eram mesmo necessários...
Não consigo compreender porquê, em termos de iluminação teria sido possível manter o mesmo fluxo luminoso, colocando na periferia do estacionamento postes mais altos com luminárias com mais potência.
E é aí que reside a minha dúvida, não foram colocados porquê?
O arquitecto não concordou com a estéctica da solução apresentada?
Ou pior ainda, não houve um fornecedor de equipamento que se chegasse á frente com uma comissãosinha...

A Vetus disse...

Obra do mandato de 4 anos (2001-2005)

Toda a zona da Praça da República e a Rua 5 de Outubro que foram recuperadas no ano passado, estavam há muito a precisar de uma intervenção de raíz, de modo a dignificar o centro da Vila de Alhos Vedros. Intervenção que facilitasse a vida dos peões, dos moradores, da circulação viária, e que não colidisse com a chamada zona histórica da vila.

Havia que procurar soluções que atendessem a estes 4 vectores, com o especial cuidado de não embarcar em delírios de arquitectos em início de carreira que querem construir nome ou de autarcas em final de mandato que querem a todo o custo mostrar obra feita. Muita obra! E neste caso concreto o resultado parece um qualquer expositor de firma vendedora de mobiliário urbano: muitos pilaretes, muitos candeeiros, muita... parolice.

À data, algumas vozes se levantaram a chamar a atenção para soluções encontradas. Não chegam os dedos de uma mão para contar as alterações feitas ao projecto, durante a execução da obra (6, 7 ?).

Passado 1 ano, e prevendo-se para 2009 (ano de eleições) intervenção semelhante no Largo da Misericórdia, importa chamar a atenção para algumas opções (mais caricatas):

- Deficiência nas cotas do piso. Ausência de ângulos de escoamento da água das chuvas em toda a área, com pontos problemáticos (toda a Praça da República, no lado norte e principalmente na envolvente à SFRUA), já comprovado aquando dos chuvadas deste ano.

- Pilaretes, candeeiros e manutenção
A opção de candeeiros e projectores às carradas não é sinónimo de bom gosto. Requeria-se para o espaço simplicidade, uma tonalidade de luz mais clara e natural, que os candeeiros não colidissem com os utilizadores., que não se impussessem no cenário. Não, optou-se pelo novo-riquismo (importa é mostrar muitos anéis nos dedos, independentemente das unhas estarem pretas) Optou-se por mostrar muito, muito mobiliário urbano, aliado ao custo, só um exemplo candeeiros a mil e tal euros, mais os pilaretes a ...
E os pilaretes? Bom...é p’ra esquecer.
Pensou-se no custo de manutenção e substituição de pilaretes, projectores e candeeiros. Quanto é que já foi gasto na substituição, reparação ou reforço dos candeeiros. Quantos é que já foram deitados abaixo, alguns mais que uma vez e substituídos?

- Estacionamento
Apesar das “centenas” de lugares de estacionamento criadas junto à Biblioteca, e muito utilizadas nas visitas semanais do Presidente da Câmara ao 49, o estacionamento na zona não melhorou, antes pelo contrário...
Veja-se os carros estacionados em frente à Velhinha (onde nunca tinham estado) em frente ao Restaurante os Arcos, etc, etc.

- Àrvores
É uma autêntica palermice a opção de engaiolar árvores no meio de blocos de cimento e espalhadas pelo parque de estacionamento. Resultado Carros, árvores, pilaretes e candeeiros tudo à mistura!
O aspecto geral é de “aridez”. Pedra, pedra, pedra.

- Cabo de energia
Se se trata de uma zona histórica e se queria valorizar o espaço, porque é que se deixou as molhadas de cabos da EDP, PT, TVCABO, CABOVISÃO penduradas nas paredes? Seria assim tão caro esconder a cablagem?

- Animação
A vertente da animação também é importante para valorizar e chamar pessoas a circular no espaço. Os estabelecimentos da zona não estariam dispostos a promover alguma animação? Onde pára a Junta de Freguesia para dinamizar o espaço? Sabe-se que este ano é de “vacas magras”, com o cancelar do “Conhecer para aceitar”, o pagamento da dívida do “exito estrondoso” que foi a Festa de Alhos Vedros do ano passado, etc, etc, mas...algo mais poderia ser feito.

- Recolha de lixo
Outra opção que ficou muito aquém das expectativas. Não houve “coragem” para enterrar os contentores da recolha dos RSU. Aqui está mais um exemplo de “tratamento diferenciado”, veja-se o exemplo da marginal da Moita. Freguesias de 1ª e de 2ª?


Finalizando:
Para os pataratas que vêm de fora, o deslumbramento pode ser total. Estão no seu direito. De gostar, de apoiar, de dizer “yes”.
Para os moradores, nem tanto.

Que venha a próxima obra do regime.
Já deve estar a ser preparada.
2009 já está no horizonte.

P.F. (por favor)
Se mantêm o mesmo projectista, por favor, deixem o Largo da Misericórdia em paz.
E se o espírito se mantém o mesmo, a Comissão que foi escolhida para promover o arranjo da Capela da Misericórdia que se mantenha em meditação profunda.

Anónimo disse...

Ok Cabral. Sobre esta matéria foste o único, na inauguração da "feira do livro-2005", a ficar azedo com o Patarata.

AV disse...

2005 ou 2006?

AV1