Maria João Pires, pianista renomada, decidiu criar uma instituição privada de carácter misto empresarial-cultural-educativo.
Como toda a gente tuga até á medula achou que essa sua ideia devia ser paga principalmente pelo Estado.
E o Estado até parece que foi nisso, largando quase 2 milhões de euros de subsídios por via do tal Ministério da Educação que tão mal diz dos professores e anda a contar os tostões em muita coisa, incluindo limitações administrativas à progressão na carreira dos docentes. O Ministério da Cultura largou uns curtos 65.000 euros que de tão curtos a douta pianista achou que não valeria a pena justificar onde os gastou. Não esquecendo apoios diversos da Câmara de Castelo Branco.
Amargurada por ser tão incompreendida, sentindo-se mesmo "torturada" a pianista decidiu ir residir para o Brasil, onde comprou casinha e consta já ter sido aceite o seu pedido de residência permanente ou imigração, em linguagem clara.
Está no seu direito.
Agora digam-me como não andarão amargurados todos os portugueses que, desenvolvendo uma actividade privada, cultural ou outra, nunca foram tão generosamente subsidiados pelo Estado para alimentarem os seus gostos pessoais.
Eu, por exemplo, posso tentar transformar o AVP numa qualquer fundação para a produção de conteúdos culturais de índole vernácula, para ver se me dão, não digo 1,8 milhões de euros, mas um décimo que seja dessa quantia.
É que eu também gostava de criar assim uma coisa cólturaló-educativa para promover o gosto pela leitura e produção escrita e gostava muito de poder ler horas à minha vontade e não ter que me chatear com o pagamento de contas e de impostos, muito menos de tratar das papeladas várias quie fazem o nosso triste quotidiano comum. Mas gostava de ser eu a mandar em tudo e que não me regateassem os pedidos.
Só que se há coisa que me deixa enjoado é quem "tem um sonho" ou "um projecto" ou seja o que for e acha que deve ser o Estado a financiá-lo em primeiro lugar, caso contrário faz beicinho, vai-se embora como amargor e ofensas várias ao país.
Pela minha parte, shôra dona Maria João Pires, que sou português e paguei uma infinitésima parte do dinheirinho que serviu para alimentar a instituição por si criada, não estou disposto a arcar com a parte que me cabe dos estados de alma que decidiu divulgar sobre o seu país e, muito pelo contrário, sou eu que me sinto envergonhado pela sua atitude.
Belgais pode ser uma ideia muito boa, um projecto lindo.
Mas garanto-lhe que eu também sou capaz de imaginar coisas dessas.
O que não me ocorre é que tenha de ser o Estado a pagar-me isso.
Falta de hábito de mamar, sei lá...
AV1
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