Como já afirmei a entrevista do vereador do PSD Luís Nascimento ao jornal O Rio é globalmente uma boa entrevista e, por isso mesmo e por paradoxal que pareça, é que acho que nas estrelas leio outra coisa diferente.
LN aponta certeiramente baterias à forma modernaço (na aparência)-arcaica (na essência) da gestão moiteira e ao disparate enorme que constituem as prioridades da Situação Local em matéria de urbanismo e ambiente, com as opções assumidas a acumularem erros estratégicos e carência de fundamentação.
Só que, e quem anda por cá sabe disso, infelizmente o aparelho situacionista está incrustrado e desenvolveu uma estratégia tentacular que tudo asfixia, de boa parte de um associativismo controlado e a uma política de emprego autárquico a que muita gente e muitas famílias devem favores.
Contrapor a isso, como aqui também fazemos, argumentos relacionados com a má qualidade da política urbanística e o absoluto desastre da política ambiental (que se tenta fazer esquecer com os investimentos em parques e propaganda a "pérolas" ribeirinhas), é meio caminho para o apodo de elitistas e de afastamento dos anseios da população.
Será que, então, estas são causas perdidas?
Não necessariamente. Apenas estou a afirmar que é preciso ter consciência que sendo esta a atitude e a linha de contestação correctas, não é por estes lados a mais populista.
Uma outra questão é alguém querer ser o rosto de uma Oposição que o não é, fragmentada em oposições(inhas?), tanto pela incapacidade de criação de uma frente comum (as personalidades em confronto são muito díspares e alguns interesses são conflituantes), como pela habilidade que a Situação sempre teve em dividir para reinar de forma absoluta.
Mas esse é todo um outro campeonato.
AV1
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11 comentários:
Eu já nem digo nada...
"afastamento dos anseios da população."- av1
Já agora quais são os anseios da população?
Depende.
Da maioria já é só e apenas manter o emprego e ter o suficiente para pagar as contas, mais umas festarolas (ou nem isso como se viu na BB).
Graças a esse baixíssimo nível de exigência, o Poder instalado consegue manter-se e simular uma ligação a esses anseios.
Porque, como me dizia há uns meses alguém suspeito se ser blogueiro e avpista, "eu já não me chateio, vou a Alhos Vedros para dormir ae mais nada".
AV1
"o emprego e ter o suficiente para pagar as contas, mais umas festarolas (ou nem isso como se viu na BB)., av1"
Caro Av1 o emprego, como sabemos pouco depende do poder local e o dinheiro auferido também não. As festarolas sim, mas penso que as aspirações são mesmo as duas primeiras, o emprego e o dinheiro em carteira e isso amigo, não depende na sua grande parte do Poder Local certamente.
Isto é o chamado golo de baliza aberta, que só um avançado como o Nuno Gomes falha.
Tão fácil que até dói.
Mas alguém tem de encostar o pé à bola para marcar, portanto...
Pois é NC,
O meu emprego e o dinheiro que ganho nunca dependeu, não depende e espero nunca venha a depender do poder local moiteiro.
Já no seu caso e no de muitos camaradas mais, não será bem assim...
(Ou como se deve pensar antes de ripostar...)
AV1, a dar a volta à praça com duas orelhas cortadas e um rabo perdoado cá por coisas...
Pois é a diferença principal entre nós os dois, eu quando escrevi nem pensei em mim, você pensou em si. Não tenho de lhe dar satisfações, mas só para que a volta à praça corra bem, fique sabendo que o dinheirito que ganho na Câmara Municipal é sempre menos do que o que já me ofereceram no privado, bastante menos e não é por dinheiro que faço o que faço. Mas a verdade é que gosto de política, não da forma como você a entende mas para fazer o melhor que sei (que sei que considera bastante pouco, mas essa é a sua opinião e legitima). Assim meu amigo eu não dependo da Câmara Municipal para viver, dependo sim para me realizar porque faço o que gosto (aqui também pode argumentar que não faço nada, mas felizmente não é a opinião da maior parte dos meus colegas e isso basta-me). O emprego que referia é o emprego dos habitantes do concelho e aí o trabalho da Câmara condiciona os números de uma forma diminuta, bem como o que lhes pagam (o nosso ordenado comparado com outros países é o que ambos sabemos), mas isso cabe-nos a todos tentar mudar. Só para que fique bem claro e mais uma vez, nada me move contra si, apenas uma pequena coisa me leva a visitar o alhos vedros ao poder, o prazer de discutir e eu só discuto com quem considero, ainda que por vezes você passe dos limites com algumas insinuações (que você chama provocações e por isso é que não lhes ligo, na maior parte das vezes), mas no geral até simpatizo consigo. Se você vivesse na Grécia Antiga era Sofista e isso tem algum mérito ainda que poucas consequências.
Abraço
A diferença é que eu pensei nas pessoas, não em mim e você.
A diferença é que foi você que apareceu logo a desculpabilizar a CMM, pois é essa a sua função.
Perante isso, fiz apenas o que se impunha que é apontar a falha na lógica.
Outra falha: a CMM é o maior empregador directo do concelho e os mais de 30% do Orçamento gastos com pessoal não são "diminutos" na economia do concelho.
Se a isso acrescentarmos outras coisas, muita gente vive das autarquias.
Quanto aos sítios onde este ou aquele ganharia mais, talvez eu tivesse mais histórias para contar do que as suas, mas não gosto de exibir o que já são pertgaminhos de tão antigos.
Agora concordo consigo sobre algumas apreciações que me atribui quanto ao seu trabalho e não quero deixar de o esclarecer sobre isso: discordo frontalmente que trabalho político seja pago pelo Erário Público.
Não é só na Moita que acontece, mas isso não é razão.
Por fim, se vivesse na Grécia Antiga, para além de ser sofista (o que era visto como uma arte bem apreciada) já tinha sido ostracizado.
E antes sofista que estóico ou candidato a um copito de cicuta.
AV1
Então o que faço na Câmara é precisamente o quê? Sabe? Parece-me que você não sabe o que é trabalho político. Existe diferença entre trabalho político e partidário. Eu sou secretário do vereador Rui Garcia e apoio nas suas tarefas camarárias, para além disso faço parte do Grupo de Modenização da Câmara Municipal e apoio no Projecto Península Digital. Uma das coisas que faço com mais frequência é falar com os munícipes, muitas vezes para resolver problemas das pessoas e recebo sempre toda a gente e encaminho os assuntos (isto é trabalho político, que é diferente do partidário). Portanto, se acha que o erário público não serve para pagar isto está no seu direito. Eu, penso que estes cargos devem servir para isto e não para as pessoas andarem a passear nos corredores e ficarem isolados nos gabinetes. Já agora deixo aqui referência ao meu vencimento que é semelhante ao que se paga a um técnico superior de 2ª que é um pouco mais do que eu ganhava enquanto contratado para tarefas no Gabinete do S.I.G., e também o meu horário, que não existe e que por vezes me obriga a trabalhar até às 2 da manhã, coisa que faço com gosto sem receber mais por isso. É assim Av1 mas, você também não tem culpa dos boatos e calúnias que lançaram sobre a minha pessoa mas, o que me deixou feliz foi a reacção de algumas pessoas que não me são próximas como um dos nossos bloguistas vizinhos que averigou a verdade e ripostou as acusações (um amigo do Bloco de Esquerda que fez questão de me dizer quem é apesar de não o fazer na blogosfera), é assim, na vida as relações constroem-se.
Um abraço
Acho que não percebeu o essencial da coisa, mas tudo bem.
Faz correctamente a distinção teórica entre trabalho político e partidário. Assim o fizesse na prática.
Quanto a boatos e calúnias, eu se fosse a si teria mais confiança em quem desconhece (como eu) do que em quem conhece e lhe dá palmadinhas nas costas.
Há muito que sei quem e quanto recebem determinadas pessoas na CMM. Agradeço mas não precisa de me informar sobre isso, pois é informação necessariamente pública, por imposição legal. Claro que nunca o inclui no lote - certamente reduzido - dos que "em tese" possam receber algo que não vem na documentação oficial.
Se bem terá reparado, nunca usei esse tipo de informação, sobre si ou seja sobre quem for.
E olhe que coisas bem divertidas se achariam por tais bandas, só que há limites para a forma como se atacam as pessoas.
Por estranho que lhe pareça.
É que aqui ninguém incentivou "vigilantes" a difamar adversários políticos, nem "trostskys" a fazer ataques selectivos.
No fundo, o segundo é uma criatura saída da mesma lógica de achincalhamento que produziu o primeiro.
(E espero que perceba que não estou a dizer que foi o seu caso, embora tenha publicamente tolerado alguns excessos inadmissíveis sobre a vida privada de gente do PS, com aquele manto de "pois, mas ele até diz algumas verdades").
AV1
Só um último detalhe, que se assoma ao meu espírito há muito.
Eu nunca me dirigi pessoalmente a si, como o não fiz a qualquer outra pessoa da vida política local, excepção feita a contactos por mail, mesmo quando são pessoas que me conhecem pessoalmente mas não como AV1.
No entanto, acho que já conhece a minha identidade ou, no mínimo, o meu nome.
Por isso, saberá que o que declaro sobre a minha ligação à vida política local (inexistência de antecedentes partidários ou de ambições futuras) é tudo rigorosamente verdade.
Este comentário, perceba-o desde já ou não, tem a sua profunda razão de ser.
AV1
Av1 parece que a nossa conversa foi clarificadora, fico satisfeito por ambos conseguirmos discutir assim e percebi o comentário.
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