domingo, abril 03, 2005
Os 10 álbuns que me deram mais prazer nos anos 80
Não é uma lista dos melhores álbuns dos anos 80, mas dos que me deram melhores momentos ao longo dessa década.
1º - ABC, The Lexicon of Love. Como já aqui escrevi foi o meu primeiro álbum comprado com dinheiro próprio, pelo que tem sempre um lugar cativo nas minhas memórias, para além de ser o que tem um dos percursos mais longos na minha discografia de vinil e no prato da minha aparelhagem. Poison Arrow e The Look of Love eram as duas primeiras faixas do álbum em que Martin Fry queria recriar o som do encontro de Frank Sinatra com o movimento neo-romântico. Na altura fez sentido e ainda hoje se ouve muito bem.
2º - Fairground Attraction, The First of a Million Kisses. O álbum pop perfeito. Todas as canções são óptimas. Funcionam juntas na perfeição. A capa é uma maravilha. Só não está no topo desta lista, pelas razões acima expostas. Claire, A Smile in a Whisper, Perfect, Allellujah, Find My Love, Comedy Waltz e tudo o resto.
3º - Prefab Sprout, From Langley Park fo Memphis. Paddy McAloon foi um dos grandes génios da música dos anos 80 e isto é o seu auge. Outro álbum repelto de singles potenciais: The King of Rock’n’Roll, Cars and Girls, I Remenber That, Enchanted, Nightingales, Hey Manhattan ! são apenas as faixas do primeiro lado e a primeira do segundo. Todas excelentes. O vinil ia gastando.
4º - Everything but the Girl, Baby, the Stars Shine Bright. O casal Ben Watt/Tracey Thorn no pico de forma, na fase pop com orquestra. Maravilha sobre maravilha para os espíritos românticos (Come on Home, Don’t Leave me Behind, Cross My Heart, Little Hitler numa dezena de canções perfeitas). Capa perfeita a condizer.
5º - Talking Heads, Remain in Light. A banda maior na new wave americana, aqui a atingir o seu segundo ponto alto depois do álbum 77. Foi graças a um dos editores deste blog que fiquei a conhecer os quatro primeiros álbuns desta banda e que tenho um cd com toda a sua discografia em MP3.
6º - Rolling Stones, Tattoo You. A única concessão desta lista a uma banda da década de 60. Não sendo grande fã dos Beatles e de muito desses tempos, abro uma excepção para os Stones, mesmo se durante quase todos os anos 70 não fizeram nada de jeito. Nos anos 80, fizeram o seu melhor com este a abrir e o Steel Wheels a fechar. Waiting on a Friend continua a ser uma das minhas três músicas favoritas da sua carreira, e o Start Me Up e o Neighbours entram à vontade para o Top 15.
7º - U2, Under a Blood Red Sky. Os U2 ao vivo no concerto mítico em Red Rocks. Tudo o que interessava ouvir então, num álbum que suplantava os de estúdio feitos até então. Iniciado em U2 no Rock em Stock pelo Luís Filipe Barros, em finais de 70, ficaria fã quase incondicional deles nos 25 anos seguintes, com passagem pelo concerto de 1993 em Alvalade.
8º - Smiths, The World Won’t Listen. Os Smiths tiveram uma discografia estranha, em que a álbuns de estúdio “normais” se seguiam outros que misturavam temas de diferentes origens, entre já editados e inéditos. Este tem quase todos os grandes temas do grupo e, em especial, os meus favoritos: The Boy with the Thorn in his Side e The Light that Never Goes Out. A iniciação aos Smiths devo-a a um colega da Secundária Alfredo da Silva, durante o 12º ano, quase a abrir os anos 80, quando todo o resto masculino da turma se encantava com os Echo and the Bunnymen.
9º - Lloyd Cole and the Commotions, Rattlesnakes. Outro álbum pop perfeito, em que tudo encaixa na perfeição. Só não está mais para cima porque, infelizmente, é o único desta lista que não tenho, tendo-o ouvido à data de saída emprestado pelo mesmo colega que era fã dos Smiths. O rapaz nunca voltaria a ser tão homogeneamente genial, mesmo se voltou a ter belos lapsos musicais.
10º - B-52’s, Cosmic Thing. Renascidos das cinzas, depois da morte do seu líder natural, os B-52’s voltariam na sua melhor forma dançante de sempre a fechar a década, com produção de Don Was e Nile Rodgers. Deadbeat Club, Roam, Channel Z e Loveshack foram as principais responsáveis pelo retomar de uma paixão antiga pelas raparigas dos penteados estranhos, dos tempos de Rock Lobster. A melhor coisa a sair de Athens, Georgia, para o mundo a seguir aos REM.
António da Costa
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