É inaugurada hoje a Biblioteca Central de Palmela, que resulta da recuperação de uma antiga Escola. O investimento feito foi da ordem dos 2,5 milhões de euros.
Na Moita continuam em decurso as obras do "reperfilamento da Marginal", orçadas - só na parte suportada pela CMM - em mais de 2 milhões de euros.
São duas formas de gastar dinheiro.
Sei que a Moita já tem uma Biblioteca, por sinal bem equipada e localizada. Não tem um equipamento museológico ou uma infraestrutura capaz para a realização de espectáculos musicais, de dança ou teatro, mas já nem vale a pena falar disso.
No entanto, considero que o dinheiro gasto directamente pela CMM nas actuais obras ostentatórias na Moita poderia ter destinos bem mais úteis, incluindo na própria sede do concelho e em prol de uma maior coesão e solidariedade social.
A marginal da Moita, não sendo uma maravilha, estaria longe de ser uma prioridade em termos de intervenção de fundo no contexto da zona ribeirinha do concelho.
No fundo, se excluirmos a parte de transformação do sistema colector dos esgotos, pouco irá ficar desta intervenção que modifique de forma estruturante a Moita ou o concelho, ou mesmo que promova qualquer tipo de desenvolvimento adicional numa zona em clara crise económico-social. A estrada muda de sítio, o estacionamento muda de sítio, o empedrado muda de sítio, mas nada de fundamental irá acontecer.
É que 2 milhões de euros poderiam servir para muita outra coisa, certamente mais essencial para a vivência de muita gente do concelho. E não colhe a desculpa de que assim se foram buscar mais de 4 milhões de euros ao programa Polis.
Porque esse dinheiro não irá reverter minimamente para a melhoria da vida no concelho.
Não irá reanimar a frágil estrutura produtiva.
Não irá criar um qualquer pólo de desenvolvimento de qualquer tipo.
Alguém espera que venham hordas de turistas para a Moita, apreciar a vista para a Fonte da Prata, para os barracões das oficinas da CMM ou para as ruínas da Socorquex lá ao longe ?
Apenas irá governar a vida de uns quantos senhores, bem-quistos no sector das obras públicas e pouco mais, que assim poderão remodelar a sua frota automóvel enquanto os trabalhadores levam para casa pouco mais do que o salário mínimo.
Mas já sei. Não tarda nada acusam-me de demagogia fácil.
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