sexta-feira, julho 14, 2006

Sacudir a água do capote

«Quanto ao P.D.M., não estou por dentro da nova situação e por isso, não falo do que não sei. Li no AVP umas coisas que me parecem tendeciosas e essas não me servem, tenho de perceber a situação. Gosto de escrever/falar apenas do que sei.»

«Av1 sabe que estou de férias e vem com esta conversa. Não conheço a nova situação nem nunca estive ligado directamente ao assunto, mas parece que tenho de saber de tudo. Ouvi algumas coisas, mas como acho que ouvir daqui e dali não é o correcto não me manifesto e tenho o dever de não falar do que não sei.»

O Nosso, digo, Nuno Cavaco, deixou estas duas pérolas em comentários no seu blog (pois parece que ninguém já lá escreve para além dele), em resposta incomodada - e ajudada por mais duas vozes do além - a instâncias minhas sobre a necessidade de se pronunciar sobre a questão do PDM.
Graças a tão delirantes fugidas ao assunto, ficamos a saber que:

1) NC não escreve sobre o que não conhece, sendo que o PDM anda a ser tratado há uma década e que o dito NC, estando pelo menos formalmente ligado até ao ano passado ao gabinete do SIG só como anedota pode dizer que não sabe nada do assunto. Eu sei que agora é só trabalho político, mas antes também assim era?

2) NC, apesar de escrever artigos sobre a regionalização e a necessidade de articular planos de desenvolvimento local e regional, não sabe nada do PDM da Moita. Aliás, apesar de geógrafo e mestre em diversos saberes da área, NC parece mais informado nas tricas entre opinadores locais sobre questões de segurança, do que em matérias que dependem em grande parte do vereador de que é assessor.

3) NC não sabe nada do PDM, mas sabe que o que eu aqui escrevi é "tendencioso". Só posso aceitar esta declaração num de dois contextos: ou NC está em condições de me qualificar de tendencioso porque sabe do que escreve e aí faltou à verdade ao afirmar que não está a par do assunto ou então falou verdade quanto a esse desconhecimento e não pode qualificar de "tendenciosa" uma leitura sobre aquilo que não sabe. A menos que, como me parece, todas as opiniões que aqui expresso sejam tendenciosas.

4) NC está mais interessado em servir de apoio e muleta ao seu camarada Manuel Madeira do que em informar-se sobre algo que é um eixo essencial da política de desenvolvimento deste concelho. Mesmo estando de férias, e ao que parece disponível para aparecer em eventos públicos em representação de alguém, para outros assuntos as férias são sagradas. São opções, tão legítimas como quaisquer outras, mas dignas de menção e registo para memória futura.

De tudo isto o que posso concluir: que talvez NC até saiba a asneira crassa que é este PDM e o atoleiro em que se encontra. Se o que está a fazer é uma manobra meio habilidosa para escapar ao apoio incondicional a soluções políticas e técnicas altamente contestáveis, em especial em alguém muito dado a prosas planantes sobre utopias na terra, é minha obrigação não o desmascarar ou forçar a tomar posição, salvaguardando-o de tal ónus, pois talvez exista aqui um movimento destinado a criar uma "reserva moral" para 2009.
Declaro, pois, que vou deixar de salientar as incoerências de NC, não insistindo até que ponto anda a fugir com o dito cujo à seringa. Aliás, quem devia defender ou não o PDM são os seus engenhosos mentores, a dupla dinâmica, e não a segunda ou terceira linha de defesa e assessoria aparelhística. Mas como eu não sou deputado da nação ou municipal, não me sentido dersqualificado por retorquir a NC.

Mas, já agora e em alternativa, o que então estou interessado em saber, é até que ponto este PDM já é defendido verdadeiramente por alguém no poder moiteiro e, por uma vez vou directo ao assunto, na CDU e no PC local?
Será que há finalmente dúvidas e a admissão que, por vezes, até os "puros" se enganam?
É que há lá gente que, mesmo sem necessidade de grandes diplomas, sorrisos Pepsodent ou camisas Lacoste, é capaz de pensar pela sua cabeça com seriedade.
E são esses que, mesmo que de fora, devem perceber os erros prestes a ser cometidos, por mero erro de visão e teimosia destes nóveis "senhores da terra" que em nada dignificam a memória de muito outra boa gente.
Se é que nos entendemos por meias palavras.

AV1

4 comentários:

nunocavaco disse...

Onde é que eu escrevi que não sabia nada do P.D.M.? Só escrevi que não estava dentro desta nova situação porque estava de férias. Escreveu que estando eu de férias poderia estar disponível para representações, como sabe isso? É mentira pura mentira, não fiz representações (repare que não lhe chamo mentiroso apenas que não se certificou mais uma vez da fonte das suas informações). Fui à CMMoita 2 ou 3 vezes:
- Uma vez para dar uma ajuda a uma colega num trabalho, outra para uma reunião do Grupo Desportivo e uma outra por assuntos de trabalho do Gabinete onde exerço funções.
Já escrevi sobre Planos, manifestei várias vezes a minha opinião e sou completamente solidário com o executivo camarário em todo o processo, apenas não posso falar do que não conheço, que neste particular assunto é com a alteração das datas das reuniões e da dita aprovação do plano que têm que ver com entidades externas. Se existe confusão e falhas que se aponte o dedo a todos os intervenientes e não só a um, que se calhar é o menos responsável pela situação. Já agora vocês sabem quem é que aprovou a lei da REN e quem é que anda a dizer que tem de ser alterada, que não faz sentido, que é injustita, sabem? E sabem porque é que o faz e com que argumentos? Não me parece que saibam até porque nem sequer falam nisso. Vocês entendem ou querem passar mensagem que a responsabilidade do P.D.M. é da CMMOITA exclusivamente, o que não é verdade e menos o é quando o ligam ao P.C.P. que defende uma verdadeira articulação entre Planos que hoje não existe. Você inclusivé falou muito bem de um livro de um ex-vereador da CM Porto que referia que o modelo americano não era mau e devia ser aplicado aqui. Quem afirma isto não sabe o que está a dizer ou se sabe está de certo a tomar em conta que as pessoas não fazem excessos, que somos todos bons rapazes, o que não é verdade, com muita pena minha.
Quanto ao facto de referir que eu sou o único que escrevo no blog deixe-me escrever que não é verdade e que isso acontece é com outros blogs na nossa praça, não com o banheirense, e a prova é que você vai lá.

nunocavaco disse...

Também não percebo porque é que está sempre a falar das minhas habilitações académicas, faz-lhe confusão ou acha que sou imcompetente? Se lhe fizer confusão problema seu, se acha que sou imcompentente é a sua opinião, tão válida como outra qualquer.

Anónimo disse...

Para confirmar: "quem esteve, onde", consultar penúltima página do Jornal da Moita de 13/07, artigo e foto sobre o Campo do Castanheiro

AV disse...

Eu não referi aqui o livro do Paulo Marques.
Está a confundir-me com o ponto Verde.
Acredito que seja do calor.

Quanto ao que sabe ou não sabe sobre o PDM, só posso reportar-me às suas declarações que transcrevo fielmente. É só l~e-las.

Quanto ao PDM, volta a confundir a minha posição com a dos moradores da Barra Cheia que, tendo pontos de contacto e tendo eu divulgado as suas posições têm diferenças: eu considero que, mais do que questão da REN, o que está mal é o modelo de expansão do espaço urbano para tudo o que mexe entre a BB e a Moita, betonando tudo em redor da Estrada nacional e anexos.
Por mim até pode não haver REN formalmente, desde que exista respeito pela manutenção dos espaços naturais, ribeirinhos e não só. Chamem-lhe REN ou TITICA, tanto se me faz.

Eu sei que lhe convém confundir as coisas.
A mim convém aclarar as coisas.
Cada um com a sua missão.
Se conseguir colaborar na cortina de fumo que anda a ser lançada sobre o assunto, eu dar-lhe-ei os meus lamentosos parabéns.

Quanto ás habilitações, chamo-as á colacção sempre que afirma desconhecer assuntos que são matéria integrante do que deverá ter sido a formação académica.

A minha, como compreenderá, foi apenas em cultura muito geral. Não percebo nada de nada.

AV1