... algumas fora de lugar e outras trocadas, pormenores de nadinha, picuínhices de mestre-escolha frustrado poderão alguns dizer.
É verdade, talvez.
Há quem me critique pelo reparos que por vezes faço à má forma como alguns vultos locais se expressam oralmente e por escrito, em especial por escrito.
Eu passo a defender-me:
Eu não critico ninguém que utilize deficientemente o padrão da Língua Portuguesa quando isso não lhe é legitimamente exigível, ou quando a situação não o exige ou permite. Na pressa de um comentário num post, em alguém a quem as circunstâncias de vida não deram a oportunidade de passar por certos crivos cadémicos, acho mesmo de um preciosismo ridículo andar à procura de erros ortográficos ou semânticos na sua escrita.
Contudo...
Acho que já deve ser exigível, e um dever, que se critiquem aqueles que, tendo disposto das ditas oportunidades na sua vida ou que, pelas funções que desempenham e pelas pretensões que arvoram, têm uma responsabilidade acrescida perante o público de dar um exemplo de cuidado pelo nosso linguajar comum.
Mais grave: acho inconcebível que quem, nessa situação, erra e lhe é apontado o erro, insista na asneira como manifestação de coerência e de resistência a pressões, mostrando mesmo orgulho nesse erro e, asnice magna entre toda a asnice suprema, afirme que isso não é importante em função do conteúdo da mensagem.
Isso é válido à primeira e, vá lá, à segunda vez.
A partir daí é apenas grunhice não emendar a mão.
Ser conformista por natureza, sempre me tentei corrigir quando me apontaram erros de palmatória.
Só faltou corar e fazer genuflexão.
É que não tenho orgulho nenhum em errar e não me emendar.
Então em matéria de Língua Portuguesa, sempre um dos meus pontos fracos (é verdade, não sou formado ou mestrado em Línguas e Literaturas...) ao longo do meu trajecto académico, fui procurando reduzir gradualmente os meus equívocos, achando isso apenas natural.
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No entanto, sempre conheci grunhos orgulhosos.
Aqueles que, mesmo tendo a possibilidade de fazer bem, fazem questão de fazer mal e exibi-lo.
É a definição clara de grunhice e, por analogia, de moitice escarrapachada.
Há umas semanas li um texto de um blogueiro vizinho (não, não era do NC - Nosso Cavaco) de que até gostei, mas que continha duas ou três notórias distracções (nem falo em erros) semânticas, daquelas que eu cometo e ao reler os meus textos me apresso a corrigir.
Não fiz reparo público e mandei-lhe um mail a assinalar o facto.
Orgulhosamente, os erros lá continuaram, apesar do autor já ter blogado depois disso.
Isto é estúpido, muito estúpido.
Grunhice pura.
Não querer dar o braço a torcer.
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O mesmo se passa com as placas toponímicas à entrada da freguesia de Alhos Vedros.
Em toda a gente envolvida no processo, mais os que posteriormente viram a coisa, ninguém soube detectar o erro na palavra "benvindos".
Se calhar nem sequer agarraram num prontuário, quando o tema foi sendo aflorado pelo Brocas ou por nós.
Se calhar foram ao "Ciberdúvidas" porque aqui toda a gente é muito modernaça e acharam lá uma resposta a outra coisa, que lhes pareceu dizer que tinham razão.
Se calhar acham mesmo que a ideia está lá e que isso chega.
Não, não chega.
Em qualquer sítio em que a grunhice não imperasse, as placas já tinham sido substituídas há muito com celeridade, mesmo sem pedido de desculpas pela burrice.
Aqui não: preferem que alguém lá cole uma folha de papel a emendar o erro, a darem a mão à palmatória.
Julgo que é a Junta de Freguesia que tem a responsabilidade por este assunto.
O grunho ou a grunha responsável será, pois, um(a) alhosvedrense orgulhosa da sua ignorância teimosa.
Antes quebrar que torcer.
Outra forma de mostrar orgulho numa manifestação pública de ignorância que dá má imagem a quem nos vista.
Dirão alguns: pois mas no fundo são apenas banheirenses e moiteiros que vêem as placas.
Aí têm um ponto a seu favor.
Mas há moitenses decentes e alguns alhosvedrenses alfabetizados que gostariam de não ver aquela asneira ali espalmada em frente de todos.
É que até as placas de boas-vindas que antigamente o BPA tinha à entrada de Alhos Vedros tinha a coisa escrita de forma correcta em quatro línguas.
Nos dias de hoje parece que nem um corrector ortográfico automático do Word sabem usar.
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Chamem-me picuínhas.
Que - como na bela prosa do mestre NC (o Nosso Cavaco) num comentário - só escrevo "merda" e não me preocupo com o conteúdo mas só com a forma.
Nem vou discordar.
Para quê?
Não estou aqui para que me apareçam a enviar "beijinhos", a dar "boas-noites", nem ando a oferecer-me como visitante em outros blogs p+ara que visitem o meu.
Não estou aqui para ser simpático.
Mas pelo menos sei escrever também "fezes".´
E tenho cá uma fezada que há quem escreva mal em todos os sentidos.
AV1
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