sábado, julho 15, 2006

O blog com telhados de PVC

Há não muitos dias, por ocasião do ressuscitar do cadáver a caminho da putrefacção que dá pelo nome de PDM - já o processo vai a completar algo como uma década, mais ano, menos ano - o meu caríssimo co-editor AV2 dizia-me que era assunto para esquecer, vinha vindimada, que vai acabar por ser aprovado com mais ou menos retoques e que, mesmo não sendo aprovado como está, vai dar ao mesmo, como aconteceu com o outro dos anos 90, que foi logo objecto de muitos remendos casuísticos, obra e graça do alhosvedrense amoitado Almeida.. Acrescentava o AV2 que eu estava a gastar energia para nada, porque o esquema está montado e, no fundo, ninguém ou quase ninguém acredita que este caminho de decandente suburbanite tenha retorno.
E ele tem razão.
Tem toda a razão e eu até concordo com a análise dele sobre o resultado final disto tudo.
Só que, no meu caso particular, talvez ache que não tenha aberto suficientemente a boca em seu devido tempo quando na primeira metade dos anos 90 o desvario começou e os arranjinhos se foram fazendo pela frente ou nas costas do PDM e do povinho.
Desta vez, mesmo que seja uma causa perdida, vou fazer o que está ao meu alcance para demonstrar que estas opções estão erradas, não as que um ou outro leitor blogueiro mais distraído me tenta "colar" mas as que acho estruturalmente erradas e que continuam o que estava já de trás bastante mal e não procurando introduzir novas práticas e ideias num sentido de melhorar a qualidade de vida das populações.
Sei que a minha posição pode ser acusada de retrógrada, conservadora, nostálgica, o diabo a quatro ou a sete.
Só que acho que apostar no que já se viu que não deu resultado em outros lados, depois de se saber isso, é demasiado disparatado.
E depois atirar com touradas e festas equestres como eventos simbólicos da identidade do concelho e exemplos dop que se pretende em termos de projecção de imagem e atracção de potenciais visitantes é de uma pessoa chorar mas não a rir.
Por isso, não me incomoda que outros tendem disfarçar, como se o PDM não fosse importante, como se nada fosse da responsabilidade da autarquia moiteira e dos amoitados que agora lá mandam.
A verdade é que quem opta por transformar em solo urbanizável tudo o que pode e ainda aproveita para desanexar a última mancha verde do concelho para um projecto de contornos pouco claros, não merece a minha confiança, nem sequer um colaboracionismo por omissão.
Mas quem vive na dependência, directa ou indirecta, dos humores dos senhores da terra, acredito que chateie haver alguém que desalinha e diz claramente "não".

AV1

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