Dispersas III

Este tipo irrita-me solenemente !
Porquê ?
Não é pelas razões que hoje surgem pela pena de José António Lima do Expresso (p. 6), que o acusa de querer entrar para o topo da hierarquia partidária, sem passar pelas provações de uma carreira aparelhística.
Nisso até compreendo o homem. Já viram o que é ter que aturar com aqueles quadros intermédios do PSD, como o António Preto de Lisboa e o Marco António do Porto, para não falar em almas ainda mais ignotas, sempre à espera de calcularem os ganhos a tirar das alianças do momento.
O que nele me irrita é a combinação entre a completa ausência de um discurso político que traga algo de novo ou de estimulante e a protecção de que dispõe em boa parte da nossa imprensa nacional (hoje é o Público a dar-lhe maior destaque, mas o Expresso já tem uns bons créditos na matéria e dá-lhe de novo parte da 1ª página revelando o apoio de Balsemão).
O homem não diz nada de original ou particularmente inteligente, mas é anunciado como um salvador.
O homem ofereceu-se ou mostrou-se disponível para tudo nos últimos tempos, aceitando ser muleta de gente de terceira, mas é visto como um líder nato.
O homem nunca revelou qualquer tipo de qualidades, salvo ser quadro de uma empresa americana reconhecida (mas isso há-os aos milhares por Nova Iorque), mas é tido como muito competente.
Sinceramente, quando olho para ele só me lembro do Boloni, aquele simpático e afável treinador do Sporting a quem o João Pinto e o Jardel ofereceram um campeonato nacional. Na imprensa, a certa altura, elogiaram-no muito e enalteceram-lhe qualidades que eu nunca lhe encontrei. Aparentemente, nunca percebeu que as coisas não se passaram por causa dele, mas apesar dele.
É como este Borges que parece não perceber que, quem lhe põe a mão por baixo quer qualquer coisa e que até podem fazer com que ele chegue a algum lado ,mas isso será apesar dele. E o maior problema é que no PSD não há nenhum Jardel que o ajude, se algum dia chegar a "treinador".